Como se sabe, o nosso coração é uma bomba que bate cerca de 60 a 80 vezes por minuto e impulsiona entre cinco a seis litros de sangue por minuto para todo o corpo. Esta força com que o sangue é bombeado através dos vasos sanguíneos é chamada de pressão arterial (determinada pelo volume de sangue que sai do nosso coração e pela resistência que encontra para circular no corpo).
A tensão arterial é a pressão do sangue no interior das artérias (são vasos sanguíneos que conduzem o sangue com grande pressão, uma vez que este, deverá chegar a todas as partes do corpo levando oxigénio e nutrientes). Esta tensão é “produzida” inicialmente pela contracção do músculo do coração.
Ao medirem-se os valores da tensão arterial, registam-se dois valores:
- O primeiro valor corresponde à pressão sistólica, que é a pressão arterial máxima exercida sobre as paredes elásticas das artérias durante a contracção dos ventrículos (cavidades musculosas do coração que recebem o sangue da aurícula correspondente e enviam para as diversas partes do corpo com a ajuda dos vasos arteriais), ejectando o sangue para as artérias pulmonares (através do ventrículo direito) e sistémicas (através dos ventrículo esquerdo). Esta pressão apresenta o valor mais elevado e em adultos saudáveis é de aproximadamente 120 mmHg (milímetros de mercúrio).
- O segundo valor medido corresponde à pressão diastólica, que é a pressão arterial mínima registada durante o relaxamento dos ventrículos (músculos cardíacos), sendo este relaxamento devido ao enchimento das suas cavidades com sangue. Esta pressão apresenta o valor mais baixo e em adultos saudáveis é de aproximadamente 70 a 80 mmHg.
A pressão arterial é medida com uma braçadeira insuflável à volta do braço.
Quando esta pressão apresenta valores demasiado elevados diz-se estar com hipertensão.
Mas o que é a hipertensão?
- A hipertensão arterial (pressão elevada nas artérias) é a pressão arterial máxima acima de 140 mmHg e a pressão arterial mínima acima de 90 mmHg, em adultos com mais de 18 anos, medindo-se a tensão em repouso de 15minutos e com confirmação em três vezes consecutivas e em várias visitas médicas.
Existem vários valores de pressão e diferentes níveis de hipertensão.
Sistólica | Diastólica | Nível |
< 130 | < 85 | Normal |
130-139 | 85-89 | Normal (limite) |
140-159 | 90-99 | Hipertensao leve |
160-179 | 100-109 | Hipertensao moderada |
>179 | >109 | Hipertensao grave |
>140 | <90 | Hipertensao sistolica ou máxima |
Para medir a tensão arterial de forma correcta é necessário respeitar vários procedimentos. Sendo eles:
- Repouso de quinze minutos em ambiente calmo;
- Ter a bexiga vazia (urinar antes);
- Após algum exercício físico, ou após fumar, beber álcool ou café, aguardar trinta minutos para medir;
- O “fecho” do aparelho de pressão deve estar firme e bem ajustado ao braço e este deve de se encontrar à altura do coração;
- Não fale durante a medição;
- Espere 3 a 5 minutos entre cada medição;
- Deve de se encontrar sentado ou deitado;
Após efectuar várias medições conta a de menor valor obtido.
Quais os riscos ao ter tensão arterial elevada?
A hipertensão é um factor de risco importantíssimo de doenças cardiovasculares, podendo conduzir à morte ou incapacidade física.
Está provado que uma tensão arterial sistólica superior a 160 mmHg ou uma tensão arterial diastólica superior a 95 mmHg, triplicam o risco de acidente vascular cerebral (AVC), duplicando o risco de doença coronária (doença provocada pelo estreitamento das artérias coronárias – artérias que irrigam o musculo cardíaco).
As principais doenças associadas à hipertensão, são:
- Acidente vascular cerebral
- Angina de Peito
- Enfarte do Miocárdio
- Morte súbita
- Insuficiência cardíaca
- Insuficiência renal
O que pode provocar hipertensão?
Sabe-se hoje, que pode ser provocada devido a uma vasta combinação de factores hereditários e erros no estilo de vida. É certo que os factores hereditários não podem ser alterados, no entanto um estilo de vida errado pode.
Existem vários erros no estilo de vida que condicionam, nos indivíduos mais susceptíveis, o aparecimento ou agravamento da hipertensão arterial. Um dos erros mais conhecidos, é o excesso de consumo de sal, outro é o excesso de peso corporal pois a hipertensão é mais frequente em indivíduos obesos e está associada a factores de risco cardiovasculares. Encontra-se provado que uma redução em 5 kg no peso corporal conduz a uma descida de 10 mmHg na pressão sistólica e uma descida de 5 mmHg na pressão diastólica.
Outros factores também conhecidos são o tabaco e o excesso de álcool, sabe-se que quatro ou mais copos de vinho (ou equivalente em outras bebidas alcoólicas) contribui para elevar a pressão arterial e, a sua redução também conduz à redução da pressão arterial.
Por fim, o sedentarismo também é um facto de risco, sendo o exercício físico regular um diminuidor da pressão arterial em cerca de 10 a 15 mmHg.
Evite situações de stress e aprenda a controlá-lo através de técnicas de relaxamento, por exemplo.
Sendo uma doença silenciosa que não provoca geralmente sinais ou sintomas que nos alertem, é necessário tomar medidas antes de provocas danos irreversíveis no coração, cérebro ou rins.